segunda-feira, 14 de junho de 2010

Jornalista argentina chama ex-presidente do BC de gay e é processada

BUENOS AIRES, 11 Jun 2010 (AFP) -A disputa política que levou a Argentina a uma crise institucional nos primeiros meses do ano voltou à tona nesta sexta-feira em tom folhetinesco, após o ex-presidente do Banco Central Martín Redrado ter entrado com uma ação na Justiça por ter sido chamado de gay.

Redrado entrou nesta sexta-feira com uma ação judicial pelo suposto crime de injúria contra a namorada do ministro da Economia argentino, Amado Boudou, a jornalista Agustina Kamfer, que em um programa de TV de fofocas disse que o ex-presidente da autoridade monetária é gay.

Boudou e Redrado entraram em conflito em dezembro passado depois que o ex-titular o banco central resistiu em aceitar uma ordem da presidente Cristina Kirchner para utilizar as reservas do banco no pagamento da dívida.

O conflito deixou a Argentina em uma situação de crise institucional, em meio a choques entre os poderes executivo, legislativo e judiciário, que se estenderam por vários meses.

Após a afirmação, Kampfer foi despedida do programa "Um mundo perfeito", do canal América, que justificou sua decisão informando que a jornalista "usou de forma discriminatória a palavra gay para desqualificar o ex-presidente do Banco Central Martín Redrado".

"Nesse contexto, América TV decidiu cancelar a participação da colunista Agustina Kampfer no programa 'Um mundo perfeito'", afirmou um comunicado da emissora.

O dono da América TV é o deputado Francisco De Narváez, um férreo opositor ao governo Cristina Kirchner.

Kampfer, por sua vez, apresentou na quinta-feira um documento diante do Instituto Nacional contra a Discriminação, no qual argumentou que não discriminou Redrado, cuja sexualidade, disse, "não dou a mínima".

O crime de injúria prevê sanções econômicas de 375 a 5.000 dólares.

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