terça-feira, 24 de julho de 2012

GGB considera campanha da Schin provocação gratuita ás pessoas trans


Entidade oferece lista com nomes de mulheres trans “gostosas” á cervejaria que pegou pesado no vídeo do São João. Ação sugere reparar o tropeço dado pela agência.


O Grupo Gay da Bahia (GGB) tomou conhecimento através da mídia nacional do  conteúdo publicitária produzido pela cervejaria Schincariol que promove a divulgação da marca Schin por ocasião dos festejos de São João especialmente na região Nordeste onde tradicionalmente as comemorações acontecem com muita intensidade religiosa e profana. A marca ao que parece queria provocar cizânias e conseguiu. De forma jocosa e sem criatividade positiva, usou da pseudo imagem de uma mulher trans como foco de preconceito. O cenário do comercial é uma praça colonial, cantadores, sanfona e bandeirolas. Bebendo e observando a festa numa mesa um grupo de homens “pegadores” um deles levanta-se da mesa e vai ao encontro de um moça vestida a moda caipira, ela não fala mas faz gestos alegres para o “pegador”. Ele pára diante da mulher grande e olha para a face dela ao tempo que desde o olhar em direção a parte inferior do seu corpo. Meio que assustado ele olha para os amigos que se lascam de rir da situação em que o “pegador” se meteu. Constrangido ele a conduz até a mesa e desconfiado ao som das gargalhadas dos outros brinda a cerveja com ela e o grupo, ao som da música “de noite é Maria de dia é João”, música que faz referência jocosa a questão do gênero.

O Grupo Gay da Bahia não concebe que a publicidade use de forma aviltante o universo das mulheres transexuais como entretenimento popular, que use do escárnio, da chacota, gestos e palavras, da discriminação para oprimir, desqualificar e subordinar o gênero feminino. A utilização dessas formas podem até causar entretenimento aos machistas mas estimulam atos violentos contra a integridade humana e essência do gênero.

O GGB entende que uma agressão a uma mulher trans é uma agressão a todo o gênero feminino e agredir uma mulher trans é como agredir todas as outras. “Mexer e desqualificar uma mulher é como desqualificar todo o gênero” acredita Marcelo Cerqueira indicando que pouca coisa separa uma mulher heterossexual de uma mulher trans.

O GGB acredita que a cerveja tornou-se parte da cultura e de forma equivocada foi associada ao sexo e o gênero feminino vem sendo explorado ao logo dos anos como incentivo ao excessivo consumo de bebidas alcoólicas especialmente por homens “pegadores” um equivoca da propaganda que desconhece outros públicos consumidores do produto ao exemplo do gênero feminino em geral e dos gays em particular.

A entidade sugere ao Grupo Schincariol, que chegou no “sapatinho” e foi recebido com o calor do povo Brasileiro que repense sua estratégia de publicidade e faça algo mais inclusivo que agrade os seus outros valores e consumidores. O GGB sai à frente e lança o desafio a marca em desenvolver uma campanha utilizando mulheres trans. “Se a idéia deles é mostrar mulheres gostosas, existem trans lindas, femininas, negras, loiras, ruivas que certamente fariam excelente campanha inovadora e original” diz Cerqueira que indica só na Bahia mais de cinco beldades femininas. O ativista cita nomes de mulheres consideradas gatas como Tanucha Sampaio, Maria Eduarda, Rosana Migler, Carolina Vasconcelos, Luana Leon e tantas outras turbinadas. Ainda de acordo com a entidade a Schin precisa abrir a cabeça e perceber que o mundo muda e o jeito de vender e promover também. Usar do preconceito como entretenimento popular era coisa do século passado, a mudança já começou e só eles que não entendem e não ver.

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